Seminário Comunicação Pública e Cidadania 003

Seminário de Comunicação abordou temas como cidadania e Jornalismo

Assuntos foram debatidos por profissionais que lidam com Comunicação Pública

Durante dois dias, membros da TV UFG, Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG, Assessoria de Comunicação da Universidade (Ascom), Rádio Universitária e convidados, debateram temas envolvendo Jornalismo, participação cidadã na comunicação e Política de Comunicação das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). A discussão ocorreu durante o Seminário de Comunicação Pública e Cidadania, que ocorreu no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, Câmpus Samambaia, nos dias 25 e 26 de novembro.

Na quarta-feira (25/11), a vice-presidente do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rita Freire, e a Ouvidora da EBC, Joseti Marques, apresentaram os órgãos de diálogo da Empresa com a sociedade e explicaram como é recebida a participação popular na EBC. Rita Freire ressaltou as peculiaridades de essa ser uma TV pública e destacou o papel do Conselho Curador, órgão deliberativo que tem a função de garantir que o conteúdo da TV cumpra a vocação de mídia do público brasileiro.

Segundo Rita Freire, o Conselho garante a inclusão na programação de produções independentes, que não costumam ter espaço na grande mídia e também uma interatividade do público com o conteúdo exibido. “Precisamos nos fortalecer para que essa comunicação que nos representa se transforme em algo novo”, afirmou. Rita Freire destacou, ainda, que o Conselho é um espaço importante de participação popular, mas que não é o único, lembrando o papel importante da Ouvidoria, uma das portas de entrada para a participação mais direta da população. Foi a vez então de Joseti Marques apresentar a Ouvidoria que, segundo ela, desempenha trabalho estratégico para “pensar a TV de forma diferente”.

Para Joseti Marques, existe no país uma visão equivocada do que é comunicação pública, destacando a TV pública. “Nós nos diferenciamos no conteúdo e na linguagem e somos nós que temos que fazer a sociedade acreditar no modelo de comunicação que fazemos, mostrando aquilo que a grande mídia não mostra”, afirmou. Segundo ela, embora a grande mídia tente desmerecer a audiência da EBC, ela é uma TV que os incomoda, pelo conteúdo diferenciado. “Queremos botar no ar aquilo que os professores descobrem e botam nos livros. Nesse ponto, as universidades não são nossas concorrentes, mas nossas parceiras”, pontuou.

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Professora da FEFD e assessora de programação da TV UFG, Renata Lima, mediou a discussão

 O jornalismo na atualidade

"O lugar do Jornalismo no mundo contemporâneo" também foi debatido no Seminário.  Na quinta-feira (26/11), o assessor da diretoria de jornalismo da EBC, Eurico Tavares, o apresentador e editor do programa Conexão Futura, Cristiano Reckziegel e a coordenadora do curso de jornalismo da UFG, Angelita Lima discorreram e responderam sobre as perspectivas do jornalismo em face das novas tecnologias e formas de organização midiáticas.

Para Angelita Lima, as novas tecnologias possibilitaram vias de informação para as pessoas que revelaram a inconsistências do modelo hegemônico de mídia. “A principal crítica que se tem feito à grande mídia – a da falta de transparência – convoca o jornalismo a se repensar, desde a estética de sua linguagem até a ética de sua apuração”, afirmou ela. Problemas como a inversão dos fatos (que ocorre quando o enfoque é dado à aspectos secundários de uma matéria), ocultação (quando a informação não é passada integralmente), e o vício da mídia hegemônica pelas fontes oficiais se tornam óbvios com a pluralidade de vozes permitida pela internet e facilidade de acesso à aparelhos filmadores, entre outros.

Segundo Angelita Lima é esta pluralidade que apontará o lugar do jornalismo no mundo contemporâneo. Para a professora, essas questões devem ser trabalhadas na formação do profissional. Ela lembrou que as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de jornalismo, do Ministério da Educação, a serem colocadas em prática a partir do ano de 2016, contemplam as tendências contemporâneas.

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 Público questionou conceitos como a equivalência entre audiência e qualidade e a jornada de trabalho do jornalista

Cristiano Reckziegel apresentou a estrutura do canal Futura, um canal educativo de iniciativa privada. Segundo ele, a linha editorial do canal se preocupa com matérias de interesse público, mas não necessariamente de interesse do público. O canal, que é parceiro de conteúdo da TV UFG e diversas outras emissoras universitárias, busca ampliar as abordagens, ao invés de tentar competir com grandes emissoras na cobertura do factual. “Em um episódio do programa que apresento, por exemplo, o Conexão Futura, procuramos ampliar o olhar sobre a violência: o que leva um indivíduo à criminalidade e o que acontece após sua prisão, ao invés de cobrir o tiroteio.” Para Cristiano Reckziegel, o desafio é mostrar como esses temas de preocupação secundária, à primeira vista, de fato repercutem na vida dos espectadores.

Para o assessor da diretoria de jornalismo da EBC, adaptar às mídias sociais e novas linguagens é um imperativo. “Ou o veículo muda ou é engolido. Não dá mais para fazer comunicação pública tendo qualquer tipo de preconceito”, disse ele. Eurico Tavares afirmou que a formação tem de se concentrar na educação ética, pois a mera técnica não é suficiente para gerar um profissional que supra as expectativas sociais. “Atualmente se vê uma falta de preocupação social dos jornalistas, que não saem de sua zona de conforto em busca de um olhar responsável. Em uma rede de comunicação pública a responsabilidade social é importantíssima para que o trabalho desse jornalista tenha relevância junto às mais diversas camadas da população”, afirmou. Eurico Tavares também ressaltou o acúmulo de funções que caracteriza o jornalista atual.

Fonte: Ascom

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